“Só Garotos” – É autobiografia da poeta e cantora norte-americana Patti Smith, seu disco de estréia “Horses” de 1975 é um daqueles álbuns indispensáveis em qualquer discoteca roqueira. A “poetisa do punk” é um dos personagens com maior destaque em outro livro que também é uma ótima pedida de presente natalino, “Please Kill Me” (“Mate-me Por Favor”), que por meio de depoimentos descreve a saga punk desde os pioneiros, Velvet Underground, MC5, Stooges e New York Dolls até os Ramones e cia. A edição que eu tenho do Mate-me é aquela da capa laranja, o volume único. Depois a LePM, que editou a preciosidade no Brasil, lançou um versão pocket em dois volumes. É uma leitura fantástica para quem se interessa pela história sem censura do rock alternativo dos anos 60, 70 e 80. “Só Garotos” venceu o National Book Aguards, o que não surpreende tratando-se de alguém com a bagagem literária, a inteligência e sensibilidade de Patti Smith, a musa antidiva como muito bem definiu o tradutor da obra Alexandre Barbosa de Souza. A autobiografia traz bastante detalhes da relação de Patti com o fotógrafo Robert Mapplethorpe, que era bissexual e faleceu vítima da Aids em 1989. O rock, claro, é o pano de fundo da obra. “Só Garotos” é um retrato de uma vida desglamourizada, onde Patti expõe poeticamente suas vísceras e deixa aquela mensagem de que a existência é irremediavelmente imperfeita . Chega ao Brasil pela Cia das Letras e custa cerca de R$ 39.
“Chorei algumas vezes enquanto traduzia. Patti escreve com uma delicadeza esperta que não derrama, mas que de alguma forma prepara a morte do homem amado no final: ainda na infância, seu sentimento pela amiga Stephanie, de quem ela rouba uma miniatura de patins (misto de remorso e vertigem da inevitabilidade dos fatos da vida), se propaga em suas experiências de perdas e dores de crescimento da juventude”. (…) Alexandre Barbosa de Souza
Leia ao som de Gloria, Break it Up e Free Money
Por Guto Villanova
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